Percorrendo os títulos das obras da BVReppucci, um despertou-me a atenção: Vocabolario Agronomico Italiano. Afinal, vocabulário não passa de relação de palavras, quando muito com definição simples de seu significado.
Esse não foge à regra. Mas o faz muito apropriadamente e registra dezenas de termos referentes ao tema vinário, explicitados curta e claramente, muitos deles não presentes nos dicionários comuns. Diz o autor nas páginas introdutórias:
“Os objetivos que me propus nesta compilação são dois: o primeiro leva em conta tudo que se escreveu até agora, todos os autores agronômicos italianos antigos e modernos, em seus vários dialetos nativos; o segundo, mais importante, foi o de estabelecer uma ordem na linguagem agronômica, associando a cada termo seu verdadeiro e único significado. Dessa forma se poderão evitar no futuro os costumeiros equívocos, fugindo-se do emprego de longos giros de palavras a que se veem obrigados os escritores, quando ignoram ou falta o verdadeiro termo técnico”.
Depois de referir a abrangência de seu trabalho no tocante ao levantamento de todas as variedades de vegetais, frutas, cereais e leguminosos, adverte:
“Mas se fossem conhecidas todas as variedades das uvas, poderiam os Lombardos produzir os vinhos da Sicília, da Puglia ou da Toscana? Não. Para se obterem ótimos vinhos não basta empregar esta ou aquela espécie de uva. É preciso conhecer a Enologia, e então com qualquer tipo de uva se alcançará ótima qualidade de vinhos. Diga-se o mesmo sobre todos os demais produtos.
Já é tempo de que se aprimorem todas as ciências e que cada uma concorra para o entendimento das demais. Se o agrônomo deve conhecer a Química, a História Natural, a Geonomia, a Botânica etc. deve também valer-se não de vocábulos arbitrários, que nada exprimem, mas daqueles da respectiva ciência, quando fala de análises das terras, de nomes das plantas etc.
Embora um Vocabulário não seja livro para ser estudado, e sim apenas consultado quando preciso, rogo-lhes que ao menos lhe façam uma rápida leitura; não para que sintam quão penoso foi meu trabalho, mas para que ajudem a retificá-lo. Garanto-lhes ter empregado toda minha atenção e a máxima diligência, mas posso ter-me equivocado às vezes ou esquecido alguma coisa. Ficarei grato a todos que se dignem advertir-me de erros em que possa ter incorrido; mais grato ainda ficarei aos que concorram para tornar este trabalho o mais perfeito possível. Vivam felizes!”
Feito esse passeio pelo Vocabolario, quis saber mais sobre Giovanni Battista Gagliardo, seu autor: Sacerdote enciclopédico, economista, agrônomo, escritor são os títulos que lhe dá o diário CosmoPolis de Tarento (Taranto, em italiano). Nascido em 1758, herdou do pai a paixão pela agricultura, a par do gosto pelo estudo. Uniu as duas coisas, construindo a carreira que o levou a tornar-se “Diretor Geral da Agricultura dos Bens da Coroa de Sua Majestade o Rei das Duas Cecílias” (1807) e «Sócio de várias Academias Italianas e estrangeiras”. Escolheu seguir a vocação sacerdotal, ordenando-se em 1790. Foi pároco e apreciado pregador. Criada uma cadeira de Agricultura no Seminário Episcopal de Tarento, é nomeado docente.
Escreveu bastante, publicando entre outros trabalhos, Istruzioni teorico-pratiche d’Agricultura, Catechismo Agrario, Vocabolario Agronomo Italiano, Trattato sulla Manufattura del Vino e incontáveis memórias. Sua obra mais apreciada (ainda hoje) é Descrizione Topografica di Taranto (1811), que traz como subtítulo (em tradução): “Com a descrição de seus dois mares, de sua pesca, de seu território, de seus produtos marítimos e terrestres, das suas ruínas antigas e com a série de seus homens ilustres”. Sob o título Diulo, inclui este curioso registro sobre o vinho:
“Localiza-se esta colinazinha na última entrada do Mar Pequeno. Era antigamente um local de delícias, destinado a armazenar em suas cavernas frias os odres selados dos vinhos mais seletos, em especial os que eram servidos nas libações sagradas e nas bacanais, e no farto banquete que, segundo o historiador Teopompo, servia-se anualmente ao povo. Para isto era de fato local apropriadíssimo, pois, no mais ardente calor da canícula, sopra de suas grutas fortíssimo vento. Os vinhos ali guardados eram, como todos os outros que se produziam em Tarento, tão excelentes que mereceram a lembrança de Ateneo, Plínio, Marcial e Horácio. Públio Estácio em suas Selvas (Silvae) enaltece os vinhos de Galeso, dos quais faz referência também Sílio Itálico. Mesmo os vinhos atuais, apesar de produzidos sem arte, são delicados, digestivos e suaves, em razão de as uvas serem naturalmente primorosas e amadurecerem com perfeição. Imagine-se como não seriam se fossem produzidos sob as verdadeiras regras enológicas?”.
E acrescenta Gagliardo em nota:
“Vejam-se minha Biblioteca di Campagna e meu Catechismo Agrario, onde não deixo de apresentar as regras não apenas para produzir bem os vinhos, mas também para conservá-los e torná-los adequados para o transporte marítimo.”
Criou a revista rural Biblioteca di Campagna. Movido por um impulso social e cultural, Gagliardo estava convencido de que quem tivesse a oportunidade de estudar, devia tornar-se transmissor de conhecimento para os que não tinham essa oportunidade. Dizia:
“Sozinhos os camponeses não podem melhorar a agricultura, seja porque estão aferrados aos métodos aprendidos de seus ancestrais, seja porque lhes faltam tempo e condições para adquirir a ciência da razão das coisas. A agricultura não é uma arte apenas da prática. O único meio do qual se pode esperar sensível avanço na arte do cultivo é o da instrução. E quem melhor do que os proprietários pode assumir tão útil e fácil encargo? Instruídos com tudo o que a teoria ensina e com tudo que a prática mostra, poderão transmitir os conhecimentos a seus campônios, aperfeiçoando assim a agricultura. Promoverão também o engrandecimento privado e público, tornando-se verdadeiros instrumentos do bem estar nacional. A própria terra frui e torna-se mais generosa quando cultivada por uma ‘relha instruída e por um arador triunfante’. Aos proprietários, portanto, destinam-se estes nossos escritos periódicos, que não têm outro propósito a não ser o progresso dessa arte da qual depende a glória, a força e o poderio da Itália; neste jornal encontrarão eles as memórias, observações e resultados das experiências que foram exitosas, tanto na Itália como alhures, trechos de livros novos, e de livros que não mereceram um extrato, uma citação, um julgamento. E considerando a agricultura no sentido mais amplo da palavra, ter-se-á no periódico tudo o que lhe diga respeito mesmo indiretamente”.
Ainda de sua lavra é o Catechismo Agrario no qual, de forma extremamente didática e em linguagem simples, explica aos camponeses, através de perguntas e respostas, desde os rudimentos da agricultura até sua prática: trigo, arroz, milho, legumes, linho, cânhamo, algodão, hortaliças, tabaco, oliveira, vinhedo (vinho), animais úteis na agricultura, abelhas, e outras aplicações. Eis os termos de sua dedicação da obra a Fernando IV, rei das duas Cecílias:
“Senhor,
Um dos deveres principais do ser humano, que pode fazê-lo merecedor do honroso título de Cidadão útil, é o de contribuir para o bem nacional, especialmente nos assuntos de benefício público. Dos mais interessantes para nosso Reino, que goza do felicíssimo e humaníssimo governo de Sua Majestade, é o da Agricultura. Não creio poder ocupar melhor meu parco talento do que nesta arte tão útil e necessária que, mediante os estímulos paternais de S.M., e graças às Instituições de várias Cátedras, começa a ser praticada pelos Filósofos. Impulsionados por zelo verdadeiramente patriótico, eles apresentam diariamente obras úteis e proveitosas. Mas a Agricultura carece mais de prática do que de teoria. Os camponeses que precisam utilizá-la são incapazes de adquirir instruções científicas. Daí a necessidade de um livro agronômico absolutamente prático, isto é, de um Catecismo Agrário, justamente o que humildemente apresento ao Trono de um Monarca, reconhecido universalmente como promotor da indústria e estimulador da felicidade. Ficarei feliz se puder ser útil a meus Compatriotas, e se agradar a S. M., de quem sou permanentemente, com a mais respeitosa submissão e obediência
Humílimo, obsequiosíssimo Súdito
Giovanni Battista Gagliardo”
Encerra em seguida sua mensagem “Aos Habitantes da Província Salentina” com estas palavras:
“A multiplicidade de livros sobre esta arte mostra quanto ela é útil, necessária e vantajosa: e como tal não será tratada em toda sua complexidade. Por isso segundo juízo do douto Cavaleiro Filangieri, os filósofos não devem ser inventores de sistemas, mas sim divulgadores da verdade, e consequentemente, tratando-se de matérias úteis, não devem deixar de administrá-las, promovê-las e ilustrá-las, persuadidos de que somente assim podem tornar-se utilíssimos, especialmente na Agricultura, através da qual se torna muito mais fácil aperfeiçoar o que foi inventado do que buscar-lhe as primeiras causas. Vivam felizes!”
Julgo que o exposto valida a qualificação de missionário da cultura agrícola que aditamos a Gagliardo no título destas anotações.
Misionero de la Cultura Agrícola: Giovanni Battista Gagliardo (1758-1823)
Al revisar los títulos de las obras de BVReppucci, uno me llamó la atención: Vocabolario Agronomico Italiano. Después de todo, el vocabulario no es más que una relación de palabras, en el mejor de los casos, con la definición simple de su significado.
Este no es una excepción a la regla. Pero lo hace muy apropiadamente y registra docenas de términos que se refieren al tema vinario, enunciados clara y exactamente, muchos de los cuales no están presentes en los diccionarios ordinarios. Dice el autor en las páginas introductorias:
“Los objetivos que me planteé en esta compilación son dos: el primero tiene en cuenta todo lo que se ha escrito hasta ahora, todos los agrónomos italianos antiguos y modernos en sus diversos dialectos nativos; El segundo, el más importante, era establecer un orden en lenguaje agronómico, asociando cada término con su significado verdadero y único. De esta forma, los errores habituales pueden evitarse en el futuro, evitando el uso de largos giros de palabras a los que los escritores están obligados, cuando ignoran o carecen del verdadero término técnico”.
Después de referirse a la amplitud de su trabajo en el estudio de todas las variedades de verduras, frutas, cereales y legumbres, advierte:
“Pero si se conocieran todas las variedades de uva, ¿podría Lombardía producir los vinos de Sicilia, Puglia o Toscana? No. Para hacer buenos vinos no es suficiente usar este u otro tipo de uva. Necesitas conocer la enología, y luego con cualquier tipo de uva obtendrás vinos de gran calidad. Se puede decir lo mismo de todos los demás productos.
Ya es hora de que todas las ciencias mejoren y que cada una contribuya para la comprensión de las demás. Si el agrónomo debe saber Química, Historia Natural, Geonomía, Botánica, etc., debe evitar usar palabras arbitrarias que no expresen nada, sino las de la ciencia respectiva, cuando habla de análisis de tierras, nombres de plantas, etc.
Aunque un vocabulario no es un libro para estudiar, solo se consulta cuando es necesario, le insto a que lo lea al menos rápidamente; no para sentir lo doloroso que fue mi trabajo, sino para ayudar a rectificarlo. Les aseguro que he usado toda mi atención y diligencia, pero a veces puedo haberme confundido u olvidado algo. Estaré agradecido a todos los que me adviertan sobre los errores que puedan haberse producido; Estaré aún más agradecido con aquellos que contribuyen a que este trabajo sea lo más perfecto posible. ¡Vive feliz!
Terminado el recorrido por Vocabolario, quería saber más sobre Giovanni Battista Gagliardo, su autor: sacerdote enciclopédico, economista, agrónomo, escritor, son los títulos que le otorga el diario Cosmópolis de Taranto (Taranto, en italiano). Nacido en 1758, heredó de su padre una pasión por la agricultura, junto con un gusto por el estudio. Él unió las dos cosas juntas, construyendo una carrera que lo llevó a convertirse en "Director General de Agricultura para el Rey de las Dos Sicilias de Su Majestad" (1807) y "Socio de varias academias italianas y extranjeras". Eligió seguir su vocación sacerdotal, ordenándose en 1790. Era párroco y predicador apreciado. Cuando se creó una cátedra de agricultura en el Seminario Episcopal de Tarentum, fue nombrado profesor.
Escribió mucho, publicando entre otras obras, Istruzioni teórico-prácticohe d'Agriculture, Catecismo Agrario, Vocabulario Italiano Agrónomo, Trattato sulla Manufattura del Vino e innumerables memorias. Su obra más apreciada (aún hoy) es Descrizione Topografica di Taranto (1811), que subtitula (en traducción):
“Con la descripción de sus dos mares, su pesca, su territorio, sus productos marítimos y terrestres, de sus antiguas ruinas y la serie de sus ilustres hombres ". Bajo el título Diulo, incluye este curioso registro sobre el vino:
“Esta pequeña colina está ubicada en la última entrada de Mar Pequeño. Alguna vez fue un lugar de deleite, destinado a almacenar en sus cuevas frías los odres sellados de los mejores vinos, especialmente aquellos servidos en libaciones sagradas y bacanales, y el lujoso banquete que, según el historiador Theopompo (fue un historiador griego, posiblemente el más importante del siglo IV a. C), servía anualmente a la gente. Para eso era un lugar muy apropiado, porque en el calor más ardiente de la ola de calor sopla un viento muy fuerte. Los vinos mantenidos allí eran, como todos los demás producidos en Taranto, tan excelentes que merecían el recuerdo de Ateneo, Plinio, Marcial y Horacio. Publio Estacio en sus Selvas (Silvae) elogia los vinos de Galeso, a los cuales también se refiere a Silicon Italic. Incluso los vinos de hoy, aunque producidos sin arte, son delicados, digestivos y suaves, porque las uvas son naturalmente exquisitas y maduras a la perfección. ¿Imagínese cómo serían si se produjeran bajo verdaderas reglas enológicas?
Y agrega Gagliardo en nota:
“Vean mi Biblioteca di Campagna y mi Catecismo agrario, donde me aseguro de presentar las reglas no solo para producir bien los vinos, sino también para preservarlos y hacerlos adecuados para el transporte marítimo ".
Creó la revista rural Biblioteca di Campagna. Inspirado por un impulso social y cultural, Gagliardo estaba convencido de que cualquiera que tuviera la oportunidad de estudiar debería convertirse en un transmisor de conocimiento para aquellos que no tuvieron la oportunidad. Dijo:
“Los campesinos por sí solos no pueden mejorar la agricultura, ya sea porque están apegados a los métodos que aprendieron de sus antepasados o porque carecen del tiempo y las condiciones para adquirir la ciencia de la razón de las cosas. La agricultura no es solo un arte de práctica. El único medio por el cual se puede esperar un avance sensato en el arte del cultivo es por medio de la instrucción. ¿Quién mejor que los propietarios pueden asumir una responsabilidad tan útil y fácil? Con todo lo que enseña la teoría y todo lo que muestra la práctica podrán transmitir el conocimiento a sus campesinos, perfeccionando así la agricultura. También promoverán el enriquecimiento público y privado, convirtiéndose en verdaderos instrumentos de bienestar nacional. La tierra misma disfruta y se vuelve más generosa cuando es cultivada por un 'césped educado y un arado triunfante'. A los propietarios, por lo tanto, están destinados nuestros periódicos, cuyo propósito es el progreso de este arte del cual dependen la gloria, la fuerza y el poder de Italia; en este diario encontrarán las memorias, observaciones y resultados de experimentos que han tenido éxito, tanto en Italia como en otros lugares, extractos de nuevos libros y de libros que no merecían un extracto, una cita, una reflexión. Y teniendo en cuenta la agricultura en el sentido más amplio de la palabra, tendrá en el diario todo lo que le concierne, incluso indirectamente”.
Todavía de su labranza es el Catechismo Agrario en el cual, de una manera extremadamente didáctica y en un lenguaje simple, explica a los campesinos, a través de preguntas y respuestas, desde los rudimentos de la agricultura hasta su práctica: trigo, arroz, maíz, vegetales, lino, cáñamo, algodón, vegetales, tabaco, olivos, viñedos (vino), animales agrícolas, abejas y otras aplicaciones. Aquí reproducimos las palabras de la dedicatoria de su obra a Fernando IV, Rey de las Dos Sicilias :
"Señor
Una de las principales funciones del ser humano, que puede hacerlo merecedor del título honorable de Ciudadano útil, es contribuir al bien nacional, especialmente en asuntos de beneficio público. De los más interesantes para nuestro Reino, que goza del gobierno más bendecido y más humano de Su Majestad, es el de la agricultura. No creo que pueda ocupar mejor mi talento que en este arte tan útil y necesario que, a través de los estímulos paternos de Su Majestad, y gracias a las instituciones de varias Cátedras, los filósofos comienzan a practicarlo. Impulsados por un celo verdaderamente patriótico, diariamente presentan trabajos útiles. Pero la agricultura necesita de práctica y no de teoría. Los campesinos necesitan usarlo y no pueden obtener instrucciones científicas. De ahí la necesidad de un libro agronómico absolutamente práctico, es decir, un Catecismo Agrario, precisamente lo que presento humildemente al Trono de un Monarca, universalmente reconocido como el promotor de la industria y un estimulador de la felicidad. Seré feliz si puedo servir a mis compatriotas y complacer a Su Majestad a quien tengo, permanente, la más respetuosa sumisión y obediencia.
Humilde, muy agradecido Sudito
Giovanni Battista Gagliardo ”
Luego concluye su mensaje "A los habitantes de la provincia de Salentina" con estas palabras:
“La cantidad de libros sobre este arte muestra cuán útil, necesario y beneficioso es: y, como tal, no se abordará en toda su complejidad. Según el juicio del erudito Caballero Filangieri, los filósofos no deberían ser inventores de sistemas, sino divulgadores de la verdad y, siendo un material útil, no deberían dejar de administrarlo, promoverlo e ilustrarlo. Solo de esta manera podran ser útiles, especialmente en la agricultura. Es mucho más fácil perfeccionar lo que se inventó, que buscar desde sus primeras causas. ¡Vive feliz!
Creo que lo anterior valida la calificación de misionero de la cultura agrícola que agregamos a Gagliardo en el título de estas notas.
Traducción de Juan Carlos Reppucci.
Missionary of the Agricultural Culture:
Giovanni Battista Gagliardo (1758-1823)
Going through the books of BVReppucci, one caught my attention: Vocabolario Agronomico Italiano. After all, vocabulary is nothing more than the relation of the word with the simple definition of its meaning.
This one is no exception to the rule, but it does so very appropriately. It has dozens of terms referring to the winery theme, spelled out short and clearly, many of which are not present in ordinary dictionaries. The author explains on the opening pages:
“I’ve set two goals for myself in this compilation: the first one, takes into account everything that has been written so far, all the ancient and modern Italian agronomists in their various native dialects; The second, the most important, was to establish an order in the agronomic language, associating each term with its true and unique meaning. In this way, the usual mistakes can be avoided in the future, by avoiding the use of long terms which the writers use when they ignore or lack the true technical term ”.
After referring to the extent of his work which covers the study of all varieties of vegetables, fruits, cereals and legumes, he advises:
“But if all the varieties of grapes were known, could the people from Lombardy had produced the wines of Sicily, Puglia or Tuscany? No. To make great wines it is not enough to use this or that kind of grape. You need to know oenology and then any type of grape will produce great quality wines. This is also true for all the other products.
It is time for all the sciences to improve. Each one must contribute to the understanding of the others. If agronomists must know Chemistry, Natural History, Geonomy, Botany, etc., they must also know the right words to express them, in their respective science, when referring to the analysis of the land, to the name of plants, and so on.
Although a Vocabulary is not a book to study, but only to consult when needed, I invite you to at least give it a glimpse; not to see how hard my work was, but to help me correct it. I assure you that I’ve used all my attention and diligence, but I may have made mistakes or forgotten something. I will be very grateful to those who can appoint me the mistakes which I may have made; I will be even more grateful to those who can contribute to make this work as perfect as possible. Live happily! ”
After the tour on Vocabolario, I wanted to know more about Giovanni Battista Gagliardo, its author: encyclopedic priest, economist, agronomist, writer are the titles given to him by the daily newspaper CosmoPolis of Taranto. Born in 1758, he inherited from his father a passion for agriculture, along with a taste for study. He combined the two things together, building a career that led him to become the "General Director of Agriculture for His Majesty, the King of Two Cecilies" (1807) and a "Member of various Italian and foreign Academies." He chose to follow his pastoral vocation and became a vicar in 1790. He was a vicar and a well-appreciated preacher. When the department of agriculture was created at the Episcopal Seminary of Tarentum, he was appointed a professor.
He wrote a great deal and published, among other works, the Istruzioni theorical-practicalhe d'Agriculture, the Agrarian Catechism, the Italian Vocabulary Agronomist, the Trattato sulla Manufattura del Vino and countless memories. His most appreciated work (still today) is Descrizione Topografica di Taranto (1811), whith the following subtitles (translated): “With the description of its two seas, its fishing, its territory, its maritime and land products, its ancient ruins and the its several famous men ”. Under the title Diulo, it includes this curious record about the wine:
“This little hill is located in front of the last entrance of Mare Piccolo. It was once a place of enjoyment. Its cold caves stored sealed wineskins of the finest wines, especially those served in sacred offerings and orgies, and in the extravagant banquet which, according to historian Theopompo, was annually served to the people. It was indeed a very appropriate place for that, for during the heatwaves, from the caves blew a very strong wind. The wines stored there were like all the others produced in Taranto. They were so excellent that they deserved to be remembered by Ateneo, Pliny, Martial and Horace. Publius Estacio in his Jungles (Silvae) praises the wines of Galeso, which are also referred by Sílio Itálico. Even today's wines, although being produced without art, are delicate, digestive and light, because the grapes are naturally exquisite and mature to perfection. Imagine what they would be like if they were produced under the real oenological rules?
And Gagliardo adds:
“Take a look at my Biblioteca di Campagna and my Catechismo Agrario, where I present the rules, not only to produce the wines, but also to preserve them and make them suitable for maritime transportation.”
He created the rural magazine Biblioteca di Campagna. Driven by a social and cultural impulse, Gagliardo was convinced that anyone who had the opportunity to study should transmit their knowledge to those who did not have that opportunity. He used to say:
“Peasants alone cannot improve agriculture, either because they are attached to the methods learned from their ancestors, or because they lack the time and conditions to acquire the science of the reason for things. Agriculture is not just an art of practice. The only way by which one can expect a reasonable advance in the art of cultivation is through instruction. And who are the most suitable people for that? The owners. Because they know the theory and they have experimented in the practice. They will be able to transmit the knowledge to their peasants, thus perfecting the agriculture. They will also be able to promote private and public growth, thus fostering the nation’s welfare. The land itself becomes merrier and therefore more generous when cultivated by an 'educated plow and by a triumphant plowman'. These periodic writings are intended, therefore, for the landowners. The purpose is no other than the progress of this art upon which depends the glory, the strength, and the power of Italy; In this journal they will find the memories, observations, and results of experiments that have been successful, both in Italy and elsewhere, excerpts from new books and from books that did not deserve any extract, quote or an assessment. And considering agriculture in the broadest sense of the word, the journal will enclose everything concerning to it, even indirectly. ”
Still from its tillage, is the Catechismo Agrario, which, using in an extremely didactic and simple language, explains to the peasants, through questions and answers, everything from the elements of the agriculture until its use: wheat, rice, corn, vegetables, flax, hemp , cotton, vegetables, tobacco, olive trees, vineyards (wine), agricultural animals, bees, and other applications. Below we can find the transcript of the inscription that he dedicated to Fernando IV, king of the two Cecilies. :
"Sir,
One of the main duties of the human being, which can make him worthy of the honorable title of a worthwhile Citizen is to contribute to the national wealth, especially in the matters of public good. Of the most important for our Kingdom, blessed by the exultant government of His Majesty, is that of Agriculture. I do not think I can better use of my talent than with this art, so useful and necessary that, inspired by His Majesty and various Institutions, begins to be practiced by the Philosophers. Driven by truly patriotic passion, they daily present useful and helpful works. But agriculture needs more practice than theory. The peasants who need to use it are unable to acquire scientific instructions. Hence the need for an absolutely practical agronomic book, that is, an Agrarian Catechism. It is precisely what I humbly present to the Throne of a Monarch, universally recognized as a promoter of the industry and a stimulator of happiness. I will be happy if I can be of any service to my fellow citizen and to His Majesty, who I permanently devote my respectful submission and obedience.
Humble, most grateful Vassal
Giovanni Battista Gagliardo ”
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